A causa

História

O câncer infantojuvenil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, dividindo-se rapidamente e podendo se espalhar para qualquer local do organismo.

Diferentemente do câncer adulto, o câncer infantojuvenil geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas, o que, geralmente, proporciona melhor resposta aos tratamentos atuais.

O acúmulo de células provoca a formação de tumores que podem ser malignos (células cancerosas) ou benignos (massa de células que se multiplicam lentamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida).

Alguns desses tumores ainda apresentam a característica de possuírem células que se soltam facilmente e podem migrar para outra parte do organismo, através da circulação sanguínea ou do sistema linfático, instalando-se, crescendo e formando um novo tumor. Este fenômeno é chamado de “metástase”.

O câncer infantojuvenil (crianças e adolescentes entre 0 a 19 anos), em sua maioria, manifesta-se de maneira rápida, é mais agressivo, e cresce aceleradamente, porém responde melhor ao tratamento e é considerado de bom prognóstico (previsão do curso provável de uma doença).

Os tumores mais frequentes na infância e adolescência são as leucemias (afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático). Também é constante o aparecimento de neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (tumor que afeta a retina), tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas de partes moles (tumores que podem se desenvolver em tecidos como músculo, gordura, nervos, tecidos fibrosos, vasos sanguíneos ou tecidos mais profundos da pele).

A partir da suspeita de câncer, é imprescindível a realização de alguns exames, como análises do sangue, ecografia, radiografia ou tomografia, para se obter o diagnóstico e conhecer a extensão do tumor. Os principais tipos de tratamento são a quimioterapia, a radioterapia, a cirurgia e o transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma destas modalidades.

De acordo com Renato Melaragno da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, nos países desenvolvidos, a taxa de cura do câncer na criança e no adolescente supera os 70%. No entanto, no Brasil, dados oficiais dos Registros Hospitalares de Câncer mostram que o país está aquém dessas cifras.

Pode-se atribuir essa defasagem à demora na suspeita do diagnóstico que, se fosse realizado precocemente, agilizaria o encaminhamento dos pacientes, e à qualidade do tratamento oferecido, tornando as condições bastante diferentes nesse imenso território. Não é possível admitir que algumas crianças ainda morram, neste país, não por ter câncer, mas por serem brasileiras.

É importante que os pais estejam em alerta nos sintomas da criança. Ao sinal de alguma anormalidade, leve seus filhos ao pediatra para avaliação. É igualmente relevante saber que, na maioria das vezes, esses sintomas estão relacionados a doenças comuns na infância, mas isso não deve ser motivo para que a visita ao médico seja descartada.

Para a chefe da Pediatria do Instituto Nacional do Câncer (INCA), Dra. Sima Ferman, a qualidade de vida e do bem-estar do paciente é essencial para a cura. “Durante o tratamento, o cotidiano da criança modifica-se e ela passa a frequentar regularmente o hospital, com procedimentos muitas vezes dolorosos e com efeitos colaterais, e até mesmo com necessidade de internações. É de fundamental importância atenção a todos os aspectos relacionados à humanização, para que o tratamento seja mais bem tolerado pela criança e seus familiares, o que auxilia em muito a vencer doença”, reforça a especialista. O diagnóstico precoce é um importante aliado para a cura da doença. “Os pais devem valorizar as queixas das crianças e levar ao pediatra sempre que a tiverem algum sintoma ou queixa persistente”, orienta a Dra Sima.

Sintomas:

• Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna suscetível a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.

• No retinoblastoma, um sinal importante de manifestação é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia ou estrabismo. Geralmente acomete crianças antes dos três anos de idade. Hoje a pesquisa desse reflexo poderá ser feita desde a fase de recém-nascido.

• Algumas vezes, os pais notam um aumento do volume ou uma massa no abdômen, podendo tratar-se nesse caso, também, de um tumor de Wilms ou neuroblastoma.

• Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, podendo ser visíveis ou não e causar dor nos membros, sintoma, por exemplo, frequente no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.

• Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

Fontes: Instituto Ronald McDonald e INCA

A Importância do Diagnóstico Precoce

O diagnóstico precoce é fator determinante para combater a doença em tempo hábil e elevar as chances de cura em mais de 70%. Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) sugerem que cerca de 8.460 novos casos de câncer infantojuvenil sejam diagnosticados a cada ano do triênio 2020-2022.

Oncologistas explicam que os tumores pediátricos apresentam características e comportamentos diferentes dos cânceres em adultos e é imprescindível identificá-los em estágio inicial e tratar em centros especializados para elevar as chances de cura.

IMPACTO SOCIAL DA CASA RONALD McDONALD-RJ

Panorama das famílias beneficiadas:

Dificuldades para o deslocamento das residências das famílias até os centros de tratamento, faltam recursos financeiros para manter qualidade e conforto necessários ao bem estar e à imunidade da criança, deficiências de infraestrutura como: saneamento básico, habitação, escassez de recursos financeiros para garantir sustento familiar e nutrição básica, exposição do paciente à situações de risco devido à baixa imunidade e a falta de estrutura familiar que colabore com a difícil fase do tratamento.

Objetivos Institucionais:

A Casa Ronald McDonald tem como objetivo principal oferecer de forma gratuita e permanente, hospedagem e alimentação temporárias, além de toda assistência necessária a pacientes infantojuvenil, sejam eles sob tratamento de câncer ou em fase inicial da doença. O atendimento se expande ao familiar através de apoio social, cultural, pedagógico, psicológico, filantrópico e entretenimento.

Nosso esforços são direcionados para que a sociedade veja o câncer infantojuvenil como uma doença potencialmente curável, contribuir para o aumento dos índices de cura e o não abandono do tratamento, melhorar a qualidade de vida das famílias durante e após o tratamento e captar recursos para viabilizar os projetos sociais que beneficiam todos os assistidos e o custeio do Programa Hospedagem.

Publico Alvo

Crianças e Adolescentes de 0 a 18 anos que se encontram em tratamento de câncer, em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; crianças e adolescentes com deficiências físicas e emocionais; exclusão pela pobreza ou demais políticas públicas; famílias em situação precária e sem inserção no mercado de trabalho formal e informal.

*Os Desafios da Medicina na Luta Contra o Câncer Infantil

De a acordo com a oncologista Isis Magalhães do Hospital da Criança de Brasília, a causa maior de mortalidade do câncer infanto-juvenil são as infecções oportunistas decorrentes da doença e do tratamento. Atualmente, a arma mais importante contra o câncer infantil é a quimioterapia.

Acontece que tal tratamento tem efeitos negativos que precisam ser acompanhados quando o câncer é vencido. Diminuir essas complicações tóxicas também é um desafio para a medicina.

Além disso, ressalta que é preciso humanizar ao máximo o atendimento porquê os pais nunca estão preparados para a sensação de possibilidade de perda.

Fontes: Cartilha Entendendo o Câncer Infantojuvenil (Instituto de Câncer Infantojuvenil de Porto Alegre) – INCA

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