O Programa Casa Ronald McDonald tem o conceito de ser uma "Casa longe de casa" para famílias, é um dos principais Programas Globais da Ronald McDonald House Charities e no Brasil é coordenado pelo Instituto Ronald McDonald. Com o conceito de ser “uma casa longe de casa” para crianças e adolescentes com câncer e seus familiares, que estão em tratamento de câncer fora de suas cidades de origem, as Casas Ronald McDonald oferecem gratuitamente hospedagem, alimentação, transporte e suporte social para as crianças e os jovens pacientes e seus acompanhantes. Ao se tornar uma Casa Ronald McDonald, a instituição recebe uma licença, uma certificação internacional da Ronald McDonald House Charities que reconhece os mais altos padrões de qualidade de atendimento e garante que o padrão de uma Casa Ronald McDonald seja o mesmo em qualquer lugar do mundo. A principal função da Casa Ronald é oferecer gratuitamente, hospedagem, alimentação e transportes aos hospitais conveniados, e o seu impacto social, é diminuir o índice de infecção hospitalar referente ao público infantojuvenil e promover a liberação dos leitos nos hospitais para pacientes de urgência.

Porque algumas crianças precisam viajar grandes distâncias para receberem atendimento médico, que pode durar um dia, um ano ou mais. Para as famílias desses pacientes, os custos de hospedagens, alimentação e transportes não são compatíveis com sua condição financeira. As Casas Ronald provêm uma confortável alternativa de apoio e servem como residência temporária, com a facilidade de estarem próximas aos hospitais, permitindo que os acompanhantes das crianças atendidas possam dormir, relaxar e encontrar apoio em outras famílias que estão passando pela mesma situação, de forma gratuita. Com esse apoio as famílias conseguem dar continuidade ao tratamento e diminuem o índice de abandono.

Tudo começou na Filadélfia em 1974, quando Kim Hill, de três anos, filha do jogador de futebol americano Fred Hill, do Filadélfia Eagles, e sua esposa Fran, estava em tratamento de leucemia no St. Christopher's Hospital for Children.

Durante os três anos de tratamento, a família Hill frequentemente acampava nos corredores do hospital e comia refeições improvisadas das máquinas automáticas, enquanto observavam outros pais fazendo a mesma coisa. Eles aprenderam que muitas das famílias viajavam grandes distâncias para levar seus filhos ao centro de tratamento médico, mas não podiam pagar por quartos de hotel. A família Hill sabia que devia haver uma solução. Fred reuniu seus companheiros de equipe para arrecadar fundos. Através de Jim Murray, gerente geral dos Eagles, a equipe ofereceu apoio à Dra. Audrey Evans, chefe da unidade de oncologia pediátrica do Hospital Infantil da Filadélfia. A Dra. Evans sonhava com uma residência temporária para as famílias de crianças que estavam sendo tratadas em seu hospital. Murray contactou Don Tuckerman, da agência de publicidade local do McDonald's, e com o apoio do Gerente Regional da rede, Ed Rensi, lançou a promoção do MilkShake verde do dia de São Patrício (conhecido como Shamrock Shake). Os fundos arrecadados foram para a compra de uma antiga casa localizada perto do hospital. E assim, a primeira Casa Ronald McDonald abriu na Filadélfia em 1974 - uma casa longe de casa para famílias de crianças hospitalizadas. Em 1979 mais 10 casas foram abertas, e em 1984, mais de 60 casas haviam sido inauguradas. Em 2018 já são mais de 365 casas em 43 países e regiões.

No Brasil, a primeira Casa Ronald foi criada em 1994 no Rio de Janeiro, e foi a primeira a ser inaugurada na América Latina, configurada como a 162º no mundo. Já as outras sete Casas do Brasil em São Paulo (SP), Santo André (SP) e Campinas (SP) - foram inauguradas desde abril de 2007 e a de Belém (PA), inaugurada em 2012. Hoje temos no total, Casa Ronald em Itaquera, Jahu, Belém, Campinas, Moema, ABC e Rio de Janeiro.

As Casas realizam diversas atividades para os pequenos pacientes, desde recreação, terapias (arteterapia, musicoterapia, entre outras) e atendimento psicológico, assim como cursos profissionalizantes e de ensino formal, por meio de convênios com as Secretarias de Ensino.

Sim, as acompanhantes das famílias também recebem apoio terapêutico e social para que possam manter bem a autoestima e o equilíbrio emocional durante a difícil fase do tratamento, assim como participam de atividades profissionalizantes e programas complementares, que possibilitam a sua reinserção no mercado de trabalho e na vida social quando o tratamento termina e retornam para suas cidades de origem. Como exemplo de atividades profissionalizantes, temos cursos de bijuteria, artesanato, pintura em tecido, entre outras atividades.

A criança que se hospeda em uma Casa Ronald McDonald deve estar sob necessidade de tratamento oncológico em um hospital público fora de sua cidade de origem, e que o mesmo, tenha convênio com a Casa, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), Hospital do Fundão (Martagão Gesteira), Hospital da Lagoa, Hemorio, Hospital Universitário Pedro Ernesto, Hospital da Criança ou Hospital dos Servidores do Estado. Também é necessário que o paciente seja indicado pelo profissional de serviço social do hospital, que avalia a condição socioeconômica da família.